A resposta que não gostaríamos de ouvir


Por Joel Boa Sorte




É muito bom quando Deus ouve e atende uma oração. Aquela pessoa fica extasiada com Sua liberalidade e a satisfação é tanta que ela não aguenta conter só para si, mas quer anunciar aos quatro ventos que foi contemplada pela grandeza e misericórdia do SENHOR.
Entretanto, para cada prece acolhida, há milhares não respondidas – e o que torna mais espantoso é que muitas das orações são pedidas e imploradas por homens e mulheres tementes a Deus que se colocam de joelhos para receber algo do Todo Poderoso.
Nada como a própria agonia para motivar a oração. Até mesmo o descrente clama pelo socorro de Deus quando se encontra em dificuldades. Não há nada de irregular ou inapropriado no fato de uma pessoa clamar pelo socorro divino.
Todavia, nem sempre o resultado sai conforme nós esperamos. E o que parece ser ainda pior, é que nem sempre entendemos o porquê do NÃO oriundo da parte de Deus.
Deus, que amava Jó e o considerava o melhor modelo de fidelidade na terra, certamente poderia ter respondido às orações daquele homem atormentado. Jó disse: “Clamo a ti, mas tu não respondes; estou em pé, mas para mim não atentas”. (Jó 30.20). Desde então, a vida de Jó tem sido lida por milhões de pessoas e, surpreendentemente, muitos têm achado conforto numa história que narra o silêncio de Deus diante da dor.
Considerando-se que as Escrituras descrevem Davi como um homem conforme o coração de Deus (Atos 13.22), espera-se que suas orações tivessem um tratamento exclusivo e particular.
Um dos piores momentos da vida de Davi aconteceu por ocasião da doença de seu filho recém-nascido. Mas Davi era um homem de Deus, um veterano na fé e experiente na oração. Então, não seria difícil convencer a Deus com sua prece. Era só uma oração e o problema estaria resolvido. Será? Não sei precisamente que expressões Davi usou em sua oração, mas tenho ideia de como se sentiu. Ele compartilhou os sentimentos e as súplicas de muitos pais cujo profundo amor os conduziu a orar intensamente
Davi arriscou persuadir Deus que ele próprio deveria receber o castigo, não o seu filho. Repetiu muitas vezes a mesma oração, imaginando que suas palavras pudessem fazer alguma alteração. É uma pena, mas Deus não ouviu a oração do homem que era da linhagem de Jesus, o Rei de Israel escolhido por Deus e autor da maioria dos Salmos. O seu filho veio a óbito e assim, sem graça e triste Davi teve que interromper o jejum que estava fazendo e voltar à rotina da vida.
Nesta linha, não podemos nos esquecer do apóstolo Paulo. As orações de Paulo não eram apenas eloquentes, mas também eficientes. Não há dúvidas de que Paulo estava bem conectado a Deus e ao seu poder. Ele mencionou que era capaz de realizar “sinais, prodígios e maravilhas” (2 Coríntios 12.12).
Pode-se imaginar que uma pessoa tão achegada a Deus, tão experiente em oração e tão eficiente em poderes sobrenaturais deveria receber uma resposta afirmativa de Deus ao fazer um pequeno pedido pessoal. Não necessariamente! Veja: “E disse-me: a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo (2 Coríntios 12.9).
Fosse qual fosse o problema de Paulo, ele orava fervorosamente pela cura: “espinho na carne, mensageiro de satanás para me esbofetear, três vezes orei ao Senhor, três vezes Deus disse não.
Se Paulo tinha poder de Deus para curar os outros, por que não podia curar a si próprio? Se Deus aprovava sua vida e seu trabalho, por que Ele não o ajudava?
Portanto, é doloroso ouvir não, especialmente quando nossas orações referem-se aos mais profundos e importantes assuntos de nossas vidas. Como podemos menosprezar nossa dor e crer que Deus está agindo corretamente e é bom, mesmo quando Ele diz não às nossas orações mais sofridas?
Há respostas que nos permitem prosseguir quando toda a esperança acaba, quando o não de Deus é definitivo e imutável. As respostas são encontradas na Bíblia, na experiência de outros e especialmente no relacionamento pessoal com Deus. Algumas respostas são óbvias, outras não são perfeitamente satisfatórias. Algumas são respostas para a cabeça; a maioria é para o coração. Jesus convida-nos a explorar essas respostas: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-sevos-á” (Mateus 7.7).
Creio que é natural que não haja resposta e explicações para todas as orações não atendidas, mas o nosso simples e humilde pedido hoje, meu Deus, é que venha ajudar os teus filhos a entenderem corretamente as razões para todas as respostas negativas. Amém.


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