Conquistar ou Receber?

Por Joel Boa Sorte



       A descrença tem filhos característicos. Filhos que se sentem mal durante a viagem são cegos para a beleza e deixam escapar o romance da vida com Deus. Filhos que nunca descansam de todo na palma de sua graça. Filhos que vivem podando e ajeitando o esplendor de seu amor.
       Os sentimentos desses filhos são captados em João 6.27-29. Jesus começa dizendo: “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou”.
       Ou lutamos pela comida que se estraga ou pela que dura para sempre. A comida que se estraga é qualquer coisa que seja temporária: realizações pessoais (não que isso seja um erro ou pecado), prêmios, aplausos. Qualquer objeto que permaneça no túmulo é comida que se estraga.
       O alimento que permanece, por sua vez, é qualquer coisa que seja eterna. E como obtemos essa comida? Memorize a promessa: “a comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará”. Você não a compra, não a barganha, nem a obtém. É um presente. Simplesmente aceite o amor dEle e desfrute-o.
       Simplesmente creia.
       Mas os ouvintes de Jesus não entenderam. Veja o que eles perguntaram: “Que faremos para executarmos as obras de Deus? (João 6.28). Essa, meus caros, é a pergunta da descrença. “Sei que ele disse que daria, mas, honestamente, como pagamos esse pão? Como obtemos essa refeição? Quanto tempo precisa-se ficar na fila do refeitório para conseguir o alimento eterno?
       Aqueles ouvintes do Mestre não captaram a mensagem. Jesus não disse que o Filho do homem daria essa comida a eles?
       Vamos supor que eu não tenha entendido a mensagem. Vamos supor que você tenha me dado um presente. Digamos que você me presenteou com uma gravata nova. Eu a tiro da caixa, e a examino. Eu agradeço, e depois pego a carteira.
       - Quanto lhe devo?  pergunto.
       Você pensa que estou brincando.
       - É presente. Não precisa me pagar. Não quero que você me pague, quero que você aceite como presente.
       - Ah, bom, quem sabe eu possa fazer algum conserto na sua casa em troca da gravata...
       - Você não está entendendo nada, mesmo, não é? Você fala com firmeza. – Quero dar isso a você. É um presente. Não se compra um presente.
       - E se eu prometer comprar-lhe uma gravata?
       A essa altura você se sente ofendido. Ao tentar comprar seu presente, recuso-lhe a graça. Roubo-lhe a alegria de dar.
       Você já pensou como é insultante a Deus quando tentamos pagar pela sua bondade? Deus ama a quem dá com alegria, porque Ele mesmo dá com alegria. Se nós, que somos maus, gostamos de dar presentes, quanto mais Ele! Se nós que somos humanos, ficamos ofendidos quando as pessoas querem transformar nosso presente em suborno, quanto mais Deus.
       Agora veja a pergunta dos ouvintes de Jesus: “Que faremos para executar as obras de Deus?” (João 6.28)
       Em outras palavras: “Mesmo sendo de graça qual a nossa participação? Qual a nossa contribuição para viabilizar o processo da salvação?”.
       Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou. (João 6.29).
       Quais as obras que Ele quer de nós? Orar mais? Ofertar mais? Jejuar mais? Memorizar mais as Escrituras? Enfim qual a obra que Deus quer que eu faça? Meu irmão esse esquema de Satanás é ardiloso. Em vez de afastar-nos da graça, faz-nos questionar a graça ou lutar para conquistá-la. E o pior, às vezes nem percebemos.
       E então, o que é que Deus deseja que façamos? Qual a obra que Ele procura? Simplesmente crer. Crer em quem Ele enviou. “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou”.
       Creia, apenas. Aceite a obra já feita, a obra de Jesus na cruz.
       Aceite a bondade de Jesus Cristo. Abandone suas próprias obras, e aceite as de Jesus. Abandone sua própria bondade, e aceite a dEle. Coloque-se diante de Deus no nome de Jesus.
       Tão simples assim? Não houve nada simples nisso. A cruz era pesada, o sangue era real e o preço era exorbitante. Se mandasse a conta teria deixado eu e você falidos. Mas Ele pagou por nós. Pode dizer que é simples. Pode dizer que é um presente. Mas não diga que é fácil.
       Diga o que quiser. Diga que é de graça.




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